No dia 06 de maio de 2025, às 18h30, a professora Danielle Macedo, da Universidade Federal do Ceará (UFC), ministrou o seminário “Biomarcadores Solúveis e Derivados de Exossomos: Ferramentas para a Medicina de Precisão”. O seminário, aberto ao público e com participação de mais de 50 profissionais das áreas hospitalar e de pesquisa, reuniu especialistas de diversos centros da Rede, promovendo um debate interdisciplinar sobre avanços científicos na área da saúde.
Durante a apresentação, Danielle destacou a importância dos biomarcadores como atributos mensuráveis que refletem processos biológicos normais, patológicos ou respostas a tratamentos, conforme definição do FDA-NIH. A palestra abordou desde a evolução histórica do termo “biomarcador” até as práticas recomendadas para sua validação clínica — como reprodutibilidade, especificidade e acesso por métodos minimamente invasivos.
O foco principal esteve nos exossomos, vesículas extracelulares liberadas por células do sistema nervoso central (como neurônios, astrócitos e microglia), que têm a capacidade de atravessar a barreira hematoencefálica e carregar moléculas específicas como miRNAs, mRNAs, proteínas e lipídios. Essas características tornam os exossomos potentes fontes de biomarcadores sanguíneos para doenças neurológicas, possibilitando diagnóstico e monitoramento em tempo real da progressão da enfermidade ou resposta terapêutica.
Danielle apresentou também as principais técnicas de isolamento e caracterização de exossomos, como ultracentrifugação, imunocaptura, microscopia eletrônica, citometria de fluxo e tecnologias emergentes como SIMOA e ExoView. Ressaltou ainda a importância do controle pré-analítico, da padronização dos métodos e da validação cruzada em estudos multicêntricos para garantir a confiabilidade dos dados.
Entre as aplicações destacadas, foram citados biomarcadores associados a doenças como Alzheimer, esclerose múltipla, esquizofrenia e AVC, com exemplos de proteínas (Tau, NfL), miRNAs (miR-132, miR-124), mRNAs inflamatórios e lipídios alterados. A professora também enfatizou o potencial terapêutico dos exossomos como vetores naturais para entrega de fármacos e RNAs, reforçando sua relevância para o futuro da medicina personalizada.
O evento reforçou a integração entre ciência básica e aplicação clínica, com envolvimento de laboratórios parceiros da UFC, Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e instituições internacionais. A iniciativa amplia o debate sobre soluções inovadoras para os desafios da neurologia moderna e reafirma a importância da pesquisa translacional no contexto da saúde pública.